QUIMIOTERAPIA!
(As pessoas nesse poema, são reais)
Hoje Maria fará a primeira.
Ontem Tereza fez a décima terceira.
Renata perdeu os cabelos, não perdeu a Elegância.
Clarice não sabe ainda quando fará.
Tatá fez a oitava. Lulu entrou na lista.
A quimioterapia é assim, vem para reorganizar o tecido...
Vem para facilitar o novo reencontro celular.
O pensamento afetado conduz firmeza, como se tudo estivesse em seu lugar.
E está.
O poeta não sabe explicar o porquê das mães sofrerem de câncer nos seios.
Me perdoem!
O poeta não entende
porquê os companheiros abandonam as mulheres com câncer de mama no estágio mais difícil? que tipo de homem faz isso!?
Se está no lugar, como entender as náuseas, o incômodo, o medo...
Ainda assim parecendo fora do lugar, mas está.
Tudo está em ordem.
A desordem nos pertence
A desordem pertence aos homens...
Ela pode ser branca, ou vermelha.
Lembra o tricô e as suas linhas, bordando um novo tecido plasmado pela quimioterapia.
O pensamento administra e transita neste cordão colorido da mudança.
Sem gemidos, o corpo imerso busca o equilíbrio.
Maria fará a quarta.
Clarisse está de alta.
Lulu carrega a esperança no olhar.
Tereza não resistiu.
Tatá fará radioterapia.
O autor está prestes a entrar!
Maria Conceição está curada!
E Berenice, que não entrou no poema (Não me autorizou.), olhou para a lista reconheceu o seu nome e sorriu!!!