DO LIVRO CAMIMHOS FLORIDOS
Que saudades!
Que saudades da minha infância
quando nos morros eu subia
e nos campos eu corria!
Que saudades sinto agora
do sabor das amoras
do aroma das acerolas!
A saudade ainda impera
nos momentos de nostalgia
onde eu sentia a magia!
A magia das poesias
aprendidas na escola
eu vivia nas asas da fantasia!
Ah saudade!
Que invade o coração
dos meus tempos nos sertões!
Saudades dos amigos e amigas
das brincadeiras de roda
onde tudo era cantiga!
Meu Deus porque a gente cresce?
Se a vida oferece
tantos prazeres infantis?
Se num dia eu vivi
noutro eu cresci
Num outro me perdi!
Horas mortas
Nas horas mortas daquela noite
Ouço a última badalada da morte
Do ano que se findou.
No repicar dos sinos
Aumenta a ansiedade dos fiéis
Que partem juntos para mais uma caminhada.
Será afortunada? Privilegiada?
Ou andará a passos lentos como outrora?
Como os andarilhos andam pelos caminhos
O tormento invade almas secas
Onde não há estímulos efusivos
Nem dias produtivos.
Alma cansada! Torturada...
Mentes perigosas
Capazes de planejar maldições.
E nas horas mortas me entendo
Sou ser vibrante... Que emociona
Ao som de uma linda canção!
Levanto destinada
Faço poemas... Danço... Poetizo
Meu corpo geme por isso
Minha alma ardente fica.
Desejos
Não desejo ibope
Muito menos fama
Apenas quero que me admirem
Que me amem
Pois o amor é lindo na nossa vida
E na vida do próximo.
Desejo tudo de bom aos amigos
Saúde, paz e... Tranquilidade
Pois nessa vida é tudo transitório
Para que guerras e tudo mais
Se tudo acontece a cada dia.
Desejo que realize seus sonhos
E que eu realize os meus também
Para todos ofereço flores
Com todo meu amor
Para todos estimo prazeres
Que só os humildes sentem
Deixo um abraço e um beijo
Também vários cheiros
E que encha seus celeiros
De alimentos e belos desejos
Sintam a poesia nos ares
Em todos os lugares
Sintam a brisa nas colinas
E os festejos nos montes
Nas montanhas e outeiros
Sorrisos matreiros
Suavidade no falar
Firmeza no andar
Deixo mais beijos mais abraços
Quero dizer que te amo
Estou aqui
Para quando precisar
É só procurar...
Amo vocês!
Dor que sinto em ti
Não fujas de mim
Estou em tudo que você faz
Não adianta querer punir-me
Não doeria mais do que já dói
Estou em você por inteira
Nos teus sonhos
Nos teus encantos
Nas sombras onde passas
No silêncio que ouves
No gosto da sua lágrima
Que escorre no seu rosto
Sou teu cálice
Seu instinto
Sua lástima
Sua mortalha.
Enfim sou eu
Que vivo em você
Não tentes me esquecer
Você vive impregnado em mim
Sou a tua passagem
O teu amanhecer
O teu viver
O teu morrer.
Para sempre!
Subirei... Sim... Subirei
Subirei todos os degraus da minha lida
Não me importando com o que vier
Saberei que a dor dos meus pés será em excesso
Mas terei as flores ao longo da minha jornada.
Flores, jardins... Castiçais do amor
Ver-me-ão na subida do altar
Onde hei de encontrar
Com o sublime amor.
Para mim a porta abrir-se-á
E por ela entrarei
Onde secarei todas as minhas lágrimas
Na auréola do manto seu.
Partirei feliz... Sim
Mesmo com tantas dores
No meu peito sofredor
Não levarei comigo nenhum rancor.
Levarei apenas os meus sonhos
Que sempre estiveram comigo
Numa vida de muito ardor.
Oh! Quão grande serás o teu lamento
Quando não mais me encontrar
Estarei em terras opostas
A esta que um dia vivi.
Cheia de feridas expostas
A todos os obstáculos daqui
Jamais novamente ver-me-ás
Tão distante estarei
Em outros sóis e outras luas
Em outros braços que não serão os seus!