18 de Brumário
De Luís Bonaparte a Marx
Da História que se repete
Primeiro como tragédia
Depois, como farsa
Então aonde vamos? O que somos?
Somos uma farsa da tragédia da História
Protagonistas e coadjuvantes do próprio filme
Resultados políticos de nossos próprios sentimentos
18 de Brumário marca uma era
Assim como próprias datas internas
Que marcam, doem, são trágicas
E que revestimos de máscaras e fingimos
Todos nós somos uma farsa
Vítimas de resultados incontroláveis
Da maré da vida programada
E sigamos vivendo nesse dilema
Não temos o controle das nossas vidas
Mas temos controle da história
Não temos controle dos nossos sentimentos
Somente temos controle do que fazemos
E das vãs repetições repetidas
Ainda que pareça pleonasmo
Fazemos as mesmas coisas
Realizamos as mesmas atitudes
Os mesmos atos que não levam a ponto nenhum
A mesma História que nos coloca diante do abismo
Da individualidade do meio do social
Entender a história e entender a si mesmo
Somos únicos e especiais
Ao mesmo tempo que poeira cósmica
Agentes inúteis que servem à aquém
Somos sujeitos pertencentes a ninguém
Mas pertencemos à História
E a história de alguém
Produtos de amores riscados
E de buscas perdidas
E buscamos ser agentes ativos
Que determinam o próprio destino
Ainda que saibamos que isso não será possível
Tentamos, e tentamos, acabamos beijando
Sim, em beijos históricos, que indicam o coração
Que pelo ciúme e pelo amor
Contam tantos acontecimentos
Mesmo baseados na dor
Cada qual com sua história
Cada um com sua repetição
De todas as tragédias que há
Nada mais doce que amar