Minha alma... Porque choras?
Porque chora a minha alma
Porque chora o meu ser
É simplesmente uma saudade
Que entrou no meu viver.
Minha alma... Minha alma
Não se deixe enganar
Pelas odisseias da vida
Que vêm para maltratar.
Triste é o pensamento
Que nada mais vale a pena
Apenas reflito e medito
Na pessoa do Deus bendito.
Creio em Deus pai todo poderoso
Que me vale nessa vida
Pois sempre é o meu tesouro
Nas tempestades por mim vividas.
Saudades não me matam
Solidões não me afetam
Podem até vir
Mas a Deus me apego
Pois Ele é o meu aconchego.
Para mim não existem dias felizes
Não sou eu quem passa os dias
São eles que passam por mim
Mesmo porque os dias
São tristes e finitos
Passam tão rápidos
Como horas mortas a magoar-me.
Choram os meus olhos
Entristecem a minha alma
A cura eu sei que um dia virá
Quando junto a Jesus eu estiver
Com o meu corpo transformado
E meu pensamento renovado.
Você que está aí!
Você que está aí
Não precisa chorar por mim
Apenas ore... Ore sim...
Clame em orações sem fim
Por você e também por mim
Isso é o que lhe peço.
Pois os dias são maus
Para todos nós
O amor sumiu
Do coração dos humanos
É tão triste a verdade
Tão crua a realidade
Tão nua a alma
Isenta de caridade
E amor ao próximo.
Ainda bem
Que Jesus voltará
Está mais perto que longe
E esse dia chegará
Ele virá...
Para levar a sua igreja
Que espera ansiosa nesta terra maltratada
Cheia de mazelas infiltradas
Nas mentes e corações
Dos humanos desumanizados.
Eis que logo venho
Disse Jesus no Evangelho
E aqui está a sua igreja
Ansiosa te esperando.
Não há dia em que o cristão
Não esteja arrependido
Dos seus pecados cometidos
Da sua alma intranquila.
Vem Jesus!
Aguardamos sua vinda
Pois os dias são maus
A lágrima rola
Na face humana
Que o procura ainda em vida!
Meu árduo caminho!
E choro como gotas no oceano
Gotejando no mar imenso altaneiro
Levando suas ondas para as encostas
Levando minhas dores às terras do sertão!
Quisera encontrar braços fortes
Abraços aconchegantes
Beijos que sucumbem minha ânsia
Amor que me confunde a consciência.
Lembro-me do carinho do seu corpo
Dos meus beijos atrelados aos teus
Nos teus olhos o jardim verdeja
O teu amor meu coração deseja.
Os dias passam tão depressa...
O tempo ninguém o controla.
A minha vida rapidamente passa
Na saudade a alma cantarola.
O pensamento de mim não cessa
Vêm e vão tão depressa
Tal qual o voo da alma
Que no vácuo da vida
O meu espírito acalma!
Amar como eu amo
E sentir no coração como eu sinto
É uma nota musical
São acordes na minha vida.
Mas o amor diluiu com o amargo da renúncia
Com a síntese de um conceito
Isto consome o fogo do meu peito
Arrasta-me em lágrimas para o meu canto
A viver na carne o meu espinho
Cravado no meu corpo
Em delírios sigo impaciente
Sozinha no meu árduo caminho!
Sou só amor
Sou amor e muito mais
sou o perfume que da rosa exala
sou a nota que da canção se solta
sou o beijo que do amor se dá.
O amor sou eu
o amor é você
o amor somos nós
ele é você e eu.
O amor “milagre” que engrandece
luz que resplandece
no fundo da alma.
Sentimento que ninguém esquece
que a cada um acontece
em medidas certas... Que acalma.
Caixinha de música
Como uma linda bailarina
menina de uma caixinha
assim sou eu quando sinto temor.
Fixo em minha caixinha e esqueço o mundo.
Vivo ali longe de dor...
Caixinha cor de rosa, laranja ou amarela.
Sei que tudo se resolve quando entro nela.
Fico longe do medo e do caos,
de tudo aquilo que me faz mal.
Gosto mesmo quando abrem a caixinha...
E se admiram beleza tal.
Porque a vida se compara à caixinha
onde cada um segue a sua dança.
Ainda existem alguns que arriscam as mudanças.
Mas voltando à caixinha, é lá que me sinto melhor.
Crio tudo o que quero.
Faço tudo o que quero
em uma simples dança contínua...
Em um único ritmo sem fim...
Isso é o que vejo em mim.
(Micheline Rafael Borges)