Lago azul
A noite cai! No lago azul
As luzes estendem-se amplas;
No galho seco das árvores
Oculta uma coruja canta.
A noite morre! As folhas, a calmaria,
A ira e a alegria aguçam o tempo,
Como véu baixo e pança rasteira
Extingue-se o bárbaro lamento.
A noite morre! Nas profundezas do lago
Banha-se a rede clara do pescador...
Sob forte frisson da brisa gelada
Range nas embarcações costeiras o amor.
No fundo um cantar! Agito estrondoso!
Talvez uma calmaria!... Talvez uma sinfonia...
Dos peixes, dos crustáceos, dos tubarões...
Prevendo no lago, possível maresia...
O Martim pescador bica sua caça
Por baixo das ondas e sobre ventos fortes;
No lago azul ultrapassa teus sonhos
Tentando encontrar talvez a própria sorte!
Às vezes junto aos declives das margens
Os golfinhos também azuis aparecem,
Levantam a cabeça em busca do amor,
Que a outros selvagens também apetece.
Os paturis amedrontados no lago nadam,
Os vôos tornam-lhes bonitos e manhosos.
E em alegre bando exibindo o branco da paz
Cortam o céu pedindo socorros aos bondosos.