Miragem
Eu vejo o futuro repetindo o passado
Pecados gerando enfisema incurável
Amores pretéritos em vida confortável
E eu; preso na surdina do meu quarto.
Eu vejo o futuro culpando o passado
Sou escravo, e não escrevo o contrário
Sigo na contramão dum fluxo viciante
Crendo que no amor serei mero aspirante.
Eu vejo o futuro esquecendo o passado
Se, somente se, eu estiver ao seu lado
Pena haver distância entre nós
E nós demasiadamente acochados.
Eu vejo o futuro perdoando o passado
Quando for minha alforria, por mim, decretada
Mas por não ter ventura favorável
Não vejo futuro...