Miragem

 

Eu vejo o futuro repetindo o passado

Pecados gerando enfisema incurável

Amores pretéritos em vida confortável

E eu; preso na surdina do meu quarto.

 

Eu vejo o futuro culpando o passado

Sou escravo, e não escrevo o contrário

Sigo na contramão dum fluxo viciante

Crendo que no amor serei mero aspirante.

 

Eu vejo o futuro esquecendo o passado

Se, somente se, eu estiver ao seu lado

Pena haver distância entre nós

E nós demasiadamente acochados.

 

Eu vejo o futuro perdoando o passado

Quando for minha alforria, por mim, decretada

Mas por não ter ventura favorável

Não vejo futuro...

 

 

 

 

 

CRISTIANO WARDIL
Enviado por CRISTIANO WARDIL em 28/12/2021
Código do texto: T7416732
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