Não era tarde demais para eles
A gente tem mania de achar que amor bonito é só aquele que acontece dos 16 aos 25, e torce o nariz para os romances que fogem ao padrão.
Mas a verdade é que, amores maduros também têm sua beleza, e são tão vívidos quanto os juvenis.
Eles são um exemplo disso.
Se conheceram em uma tarde fria de maio, no auge da juventude/adolescência, ela com 17, ele com 20, numa intensidade tão incrível que era impossível de parar.
Era notória a química, e conexão, tinham tudo para virar uma paixão, se não fosse o tempo.
Apesar de tudo, aquele não era o tempo deles. Por isso, Deus sabiamente os separou, e na hora certa os juntou.
Alinhados os ponteiros, agora era a hora deles, tudo para trás ficou, até os outros romances, as histórias que tinham "tudo" para vingar mas se acabaram.
Um reencontro inesperado, dois corações acelerados, e o momento marcado para o começo daquele amor que foi semeado no passado.
Eles não eram mais como antes, o grisalho se intercalava aos negros fios daqueles cabelos, que já não eram tão longos, nem tão vastos, mas continuavam lindos apesar de curtinho/quase careca. O tênis rosa, e os bonés beges deram lugar aos saltos, e as cabeças livres.
Não, não tinham mais 17/20 anos, tinham agora 33/37, mas que importa isso? São apaixonados, e estão vivendo o amor que era para ser daquele jeito na vida deles.
Eles não eram como antes, mas o amor era lindo como no primeiro encontro.
Não, não era tarde para eles, aquele era o momento exato. Aos trinta e poucos, com alguns des/re/encontros, vestidos da maturidade que faz aquilo que vale a pena dar certo.
"E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena" (Los Hermanos)
"Em 2014 estávamos com outras pessoas, hoje estamos aqui. É como se Deus estivesse dizendo: em 2014 não era a hora, mas agora é, e vai ser para sempre."