Vassalagem?
Sinto-me paralisada
– sinto a tua falta
Não há palavras
não há vontade
– Tu precisas de palco e ribalta
Precisas que soem os bombos
quando atravessas a rua
E queres trombetas erguidas ao céu
E eu quero apenas conforto
e silêncio
Precisas de espezinhar
– e erguer o peito como os guerreiros
e os espadachins
– e pisar a vítima
– que peça clemência
Na tua comarca não há direitos
nem inocência
Mando-te embora
Segue o teu caminho
Tens à tua frente a estrada toda
– A estrada é tua!
Não voltes mais!
Não mandes recados
Não mandes mensagens
Eu não rendo vassalagem
nem ao rei
Myriam,
Junho de 1991