PEQUENA ELEGIA
Saber-se agente da morte ante o desencanto,
retira da minha retina a palidêz pendente,
do que a corda abraçou e aos gritos roubou,
num ato de sufocação planejado e triste.
Juventude cujo sangue estacionou
em veias necrosadas ocultas em pele clara.
Nunca mais será estado de apatia,
vendendo barato o desperdiçar dos dias.
E são essas suas mãos frias,
alcançando a imobilidade e a indiferença,
a verdade que habita nas frestas da vida:
inventou-se o movimento e a fuga
pra que a eternidade coubesse no esquecimento.