Teu Imo
Sons,
São vozes?
Na escuridão da noite,
Silenciosamente,
Caço os meus pecados,
E desaguo,
As minhas m’águas aflitas,
No fundo núcleo do meu calo.
Estou sozinho,
Por não saber estimar,
Por considerar-te ir,
Apenas por considerar.
Mas olhe nos meus olhos,
E veja reverberar,
Todo o meu ódio.
Jamais fui tão sério,
Querida,
Jamais,
Fui tão sério.
Apenas respire fundo,
E desvirtue esse rosto atenuado,
Respire,
E sinta,
Divagar para longe o desagrado.
Eu sou inclementemente tolo,
Por considerar-te ir,
Mas saiba,
Que nunca fui tão sério ao dizer:
Que jamais a deixarei partir.
Apenas seja clemente,
E me assente a honra de tocá-la,
Seja indulgente,
E permita-me se possível,
Amá-la.
Que me seja o último derradeiro feito,
Confiscar teu olhar no mais airoso riso,
Confiscar teu sorriso,
Tua mente,
Teu imo.
Meramente considerei o risco,
De ser a verdade,
De ser apenas isso.
Jamais fui tão sério,
Querida,
Jamais,
Tão sério.