A Flama das Horas
Amo-te, Inês, com a fúria de mil sóis;
Amo-te como quem explode em fusão nuclear.
Amo tudo aquilo que vem de vós:
Amo-te. Até deixar de te amar!
Ah! Meu coração delira quando penso em nós
E ao pensar em outrem, também fica sem ar.
Ele chora como harpa, querendo te cantar,
Mas quando o deixas ele não fica a sós!
Quando me olhas eu juro amor eterno,
Mas quando te vais já não te amo mais;
Quando retornas eu canto um amor sincero:
Em um olhar, amo tanto quanto se é capaz.
Meu amor é assim: como uma flama.
Que espera sua cinza inelutável,
Pois sabe que é um afeto insuportável,
A todo coração que ele ama!
Meu amor é assim: como uma chama:
De brilho intenso, porém instável;
De torpor imenso e insustentável.
É um amor de quem não ama!