Anarquistas do Amor
Eu e você.
Contra tudo o que gostamos
E todo o mundo.
Chega de mar, estrelas,
Tiranos da alma
E burocratas do coração.
Basta de palavras e sonhos,
Não precisamos disso,
Nós não os queremos.
Eu e você,
Na contramão do vento e felizes
Vencedores da banalidade humana,
Corremos sem meta rumo ao segredo
Das mãos que conduz o prazer,
Num manifesto da sensibilidade.
Amarelo como um girassol de Van Gogh em Arles ou
Imponente como o Cristo Redentor,
É assim!
Vamos misturando o sagrado do amor
Com o profano da infinitude.
Depois corremos para lançar segredos de amor
Nas paredes cinzentas
Das casas dos indiferentes,
Dissipando a escuridão,
Queimando-os com o vermelho
Dos nossos lábios.
Somos anarquistas,
Contra tudo e todos
Para ter um mundo nosso,
Só nosso, e ponto!