COMO UM BARCO
Como um barco sem destino
Navego, navego e não encontro
Aquele que hoje é o meu desatino,
É sem âncora a busca mar adentro.
Meu intento não é parar
Com essa busca insessante,
E se hoje eu vivo é por amar
A quem um dia foi constante.
É minha vida que se encontra nua,
Despojada de tudo que me satisfazia,
Já não sinto mais desejo, nem pela lua,
Que iluminava e agora se esvazia, até minh'alma.
Antes se fazia necessário
Amar e dar-me por inteira
Ao pensamento visionário,
Em tempo que não existia barreira
Para além de um grande amor,
Desses que chegam até o céu
E hoje, ao mesmo chega só a dor.
Como posso pensar em mim,
Se o que sei fazer é pensar em ti!.
Mada Cosenza
Dezembro 2021