Amor de poeta
Da janela ouço mas não ouso o olhar
Renego ver a solidão com a noite chegando
Montada na brisa que faz refrescar
Finjo nos trejeitos que vai minh’alma criando
Para o coração sofrido não mais se enganar
Para que não mais em amor continue pensando
Parecem lamúrias sem qualquer fundamento
Só vai entender quem sofreu amando
Quem deu amor recebendo tormento
O poeta chora para o poema brotar
Relembra em filme todo seu sofrimento
Mas o fim que pretende é o gosto de amar
Não tem falsidade, ainda que assim o pareça
O amor no poeta vem com seu expressar
Tem anseios gigantes para que o amor aconteça
São tantos quilômetros de vida vivida
Procuras insanas no afã de encontrar
Ter para si essa pessoa querida
E o que lhe resta do tempo desse amor desfrutar.