Metamorfose
Corpo frágil de menina
Rosto cândido de santa
Alma plena de mulher
Um poema feito de carne
Quem te vê
A andar
A sorrir
A correr
Com os cabelos ao vento
Não imagina
O imenso conteúdo
Que encerras.
Quando te sentas ao piano
Transmuda-te
Em Beethoven, Chopin e Bach
E de tuas brancas mãos
Brotam noturnos, polonaises e cantatas
Que encantam minha alma
Pela beleza sublime que transmitem
E o homem que há em mim
Torna-se menino
E contrito, em êxtase
Quase em prece
Adora a mulher
Ora transformada em deusa.