do Leme ao Pontal,
com você
não há igual
do Leme a perder o rumo...
eu sou capaz de ir
em qualquer direção, sem destino certo
na esperança de te ver, molhada e feliz
saindo da água, ainda mais linda
do Leme a perder de vista...
eu sou capaz de ir a nado
só pela fantasia de encontrar-te sereia,
pelo risco de me afogar em teus lábios
e adentrar o paraíso no balanço da tua cauda
do Leme ao Pontal,
quero ser sol
de primavera
que aquece tua pele macia
que exala teu aroma de mulher
que realça o brilho da tua cor
e ilumina a carne do teu riso largo
sem remo e sem leme
eu só quero
ser sal
tempero atrevido misturado à água fria
que cristaliza num canto da tua boca
e derrete na umidade da tua saliva
do Leme ao Pontal
como você,
não há beleza igual
que me inspira uns versos
e um fetiche...
nós dois de mãos dadas
num vermelho pôr-do-sol
um amor à milanesa
chegarmos
ao pontal...
* Escrito em tributo à obra do Tim Maia para o sarau do coletivo O Ato de Escrever
* Imagem: Google