UM PARAÍSO

 

Eu fomento um paraíso

Onde viveremos a sós

Onde uma brisa se terá

Na canção da tua voz.

 

Onde ao nosso redor

Não haverá mais assombros

Nem o peso da existência

Calcará mais nossos ombros.

 

Onde seremos arte pura

Pintura barroca em tela fina

E dentro da nossa aventura

Naturais rosas de purpurina.

 

Todos os nossos apetrechos

Feitos então por mãos divinas

Quando serão só lembranças

As nossas vidas peregrinas.

 

Em um paraíso onde ninguém

Viver antes nunca ousara

Ao lado de uma linda flor

Que outrora nunca desabrochara.

 

Mas tanto é a beleza

Que noutro mundo será rara.

A constelação que aqui brilha

Noutro céu jamais brilhara.

 

Os sonho que se realizam

Encontram-se em toda parte

Neles vejo o mesmo desejo

Que lateja sem medo, amar-te.

 

Mas acordo e vejo então

Tudo é apenas fantasia

Para esquecer a solidão

Que tece minha agonia.

 

Mas eu prefiro assim

Viver sempre de quimeras

Mesmo sentindo no peito

As garras de todas as feras.

 

Assim eu nem sinto tanto

Se o coração se dilacera

Mesmo no frio do inverno

Fantasio uma primavera.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 26/11/2021
Reeditado em 26/11/2021
Código do texto: T7394534
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