A Quentura de um Amor Mal Resolvido

Eu me comovo em qualquer despedida

Eu coleciono desafetos desajeitados

Que poderiam amar-me, mas os neguei

Pois eu mesmo nunca me amei

Aquela noite que me transcendeu

E eu tive a certeza que eu a amava

Enquanto a dúvida me palpitava,

Será que seu amor é convicto?

Quente é o turvo tumulto

Que me envolvo

Gritando revoltas e primaveras

Correndo contra o sangue que jorra

Sem adeus, eu anseio a volta

Sem promessa alguma

Eu me recordo da voz

Tal qual um mantra

Tensões em meus olhos

Meu silêncio torpe

Entorpecido de auto piedade

Eu me testo contra minha raiva

Há vida em teus dedos

Que me buscam

Numa noite apodrecida

Nas intenções e sabores artificiais

Eu vejo em meus calcanhares

Âncoras com o nome de ontem

Me afundando em ressentimentos

Tão doídos que castigam os ossos

As expectativas foram ruindo

Os dias viraram meses e anos

Na nudez ritualística

Encontrei marcas de você em mim...

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 25/11/2021
Código do texto: T7393801
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