Francesa de Versalhes

Deveras tens a brochura de um manuscrito,

Os verbetes que se movem nos oceanos,

As asas de um pássaro,

A qual plana pelos montes.

O tal enigma que não conheço,

Quando nossos olhos encontram-se,

E desnudam-se os nossos medos.

Quanta ternura tenha-me atingido,

No andar de uma carruagem nobre,

Nas loucuras de um “Olá” atrevido,

No teu incomensurável riso que encobre-se!

Se tenho-me estado a imaginar,

Que sondas-me as noites em claro,

Tão obstante tenhas lembrado,

De que sou apenas um homem,

Aquele cujo sentido da existência,

Não queira de novo ver manchado o nome.

Eis minha carta a senhorita,

Destinada a ser convencida,

De que teu bálsamo a muito intriga-me,

E tão quão anunciador transcende-me a alma,

Que meu corpo já não mais exista.

Que por tua fonte traz a juventude,

E as poesias de outra era,

No apogeu de uma amante,

sobre o manto aveludado da beleza,

A verdade da francesa de versalhes.

Seja por fim o meu sangue entornado,

Enquanto regresso a ti, de fato,

Temendo que ignores quem eu sou,

Abrindo mão de qualquer simetria.

Que meu peito ao teu secular amor,

Tomou a destreza de oscular a sacralidade,

Com que os meus meus versos íntimos, contigo!

Veio a denotar a concupiscência da flor.

18/11/2021.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 19/11/2021
Código do texto: T7389391
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.