Amor perdido...
Vivia em um berço.
Meus pais queriam que eu fosse doutor.
Pena - eles se foram inesperadamente...
Minhas chances de estudo também.
Vivo no mundo.
A casa que vivia desmoronou.
Paro no farol.
Limpo o vidro do automóvel do Doutor.
Seu carro é blindado, nenhuma janela se abre.
Então - a moeda não vem.
Fico com fome e com muita raiva.
Penso em atirar uma pedra.
Desisto! Ouço a sirene da policia.
Uma laranja rola no asfalto.
Brinco de futebol com outros como eu.
Mudo a tática e faço malabarismo.
Nada muda. Nem um centavo vem...
Pessoas em seus carros velozes não me enxergam.
Percebo o que sou: um fantasma!
Minhas lágrimas matam minha sede...
Ninguém sabe ninguém viu...
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