82°
Palavras disformes de um reles mortal
Inventando deuses para contemplar
A beleza medíocre da humanidade
Poeta vulgar das frases mesquinhas
Abusando da sorte libertaria
Literato sem literatura pungente
Verme disforme e decadente
Sujando a carne na saudade
Masturbando a mente com palavras
Um louco em devaneio hipócrita
Fingindo sentir o que não se sente
Amar é uma dor insolente
Um câncer da alma
Uma dor latente
Amor é uma sujeira
Ninguém quer sujar as unhas
Nessa terra macabra
Amar é um divino ateísmo
Um egoísmo orgástico
A invenção do amor
É a decadência da humanidade.
Otreblig Solrac - O poeta burro