A sanidade

Uma mente sã não procuraria pelo semblante duvidoso

Não se encostaria na porta frágil, entreaberta e estreita

Não violaria o sigilo da fala e sussurro vaidoso

Nem se vangloriaria do olhar atento e sempre à espreita

Uma mente sã não correria para os braços do agouro

Nem paralisaria diante da afeição, insatisfeita

Não gritaria palavras de tom pretensioso

Nem, muitos menos, fugiria da incontrolável tristeza

Minha mente, porém, ri do olhar impiedoso

Se entrega, deliberadamente, à indesejável beleza

Se perde na imprecisão do passo cuidadoso

E acredita, acima de tudo, na pureza indelicada de minha seca natureza.

(Larissa Vianna)

Larissa Vianna
Enviado por Larissa Vianna em 17/11/2021
Código do texto: T7387837
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