Do Platônico ao Mortal

Foi assim que amei a menina

Apenas platonismo de criança

Sem malícia ou mentira, aliança

Palavras de amizade, imagina?

Na escola da minha esquina

Palavras carregadas de mudança

Toques de corpos sem esperança

Manuseio da nossa sina

Gestos sutis, gotas de doce amor

Abelhas no deserto perdidas na poeira

Tanto recato nas palavras, fronteira

Longe da comeia, operária e flor

Coincidência, duas histórias de dor

Cada passo é inseguro perto da beira

Corações préaquecidos, mas na geladeira

Não se faz arco-íris com uma só cor

Bastou um beijo no Natal

Pra esquentar os dois corações

Duas cabeças, e almas sem razões

Tudo aconteceu tão natural

Tudo a premeia vista, era irreal

Um laço, ainda no pescoço

E nenhum dinheiro no bolso

Carga negativa, meio ambiental

Caindo na real

Acordando de sonho bom

Com toda sinceridade e mesmo tom

Era platônico e mortal

Tudo que uma mensagem amarro

Encontro de almas

Águas límpidas e calmas

Primavera e seu fresco

Fusão de corpos e mentes

Corações limpos do passado

Sabendo que tem o amor sonhado

Palavras que a alma sente

Um arrependimento, um desejo

Ter mais tempo e vida longa

De não ter conhecido antes, a ronga

Mas, cada dia tem seu cortejo

Gilmar Queiroz
Enviado por Gilmar Queiroz em 15/11/2021
Reeditado em 16/11/2021
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