Do Platônico ao Mortal
Foi assim que amei a menina
Apenas platonismo de criança
Sem malícia ou mentira, aliança
Palavras de amizade, imagina?
Na escola da minha esquina
Palavras carregadas de mudança
Toques de corpos sem esperança
Manuseio da nossa sina
Gestos sutis, gotas de doce amor
Abelhas no deserto perdidas na poeira
Tanto recato nas palavras, fronteira
Longe da comeia, operária e flor
Coincidência, duas histórias de dor
Cada passo é inseguro perto da beira
Corações préaquecidos, mas na geladeira
Não se faz arco-íris com uma só cor
Bastou um beijo no Natal
Pra esquentar os dois corações
Duas cabeças, e almas sem razões
Tudo aconteceu tão natural
Tudo a premeia vista, era irreal
Um laço, ainda no pescoço
E nenhum dinheiro no bolso
Carga negativa, meio ambiental
Caindo na real
Acordando de sonho bom
Com toda sinceridade e mesmo tom
Era platônico e mortal
Tudo que uma mensagem amarro
Encontro de almas
Águas límpidas e calmas
Primavera e seu fresco
Fusão de corpos e mentes
Corações limpos do passado
Sabendo que tem o amor sonhado
Palavras que a alma sente
Um arrependimento, um desejo
Ter mais tempo e vida longa
De não ter conhecido antes, a ronga
Mas, cada dia tem seu cortejo