SEMPRE O AMOR...

SEMPRE O AMOR...

Enquanto caminho, revivo,

A cada passo, um motivo,

De singular inquietação

Trago no peito cativo

Um sentimento, negativo,

Fugaz obsessão.

O semblante segue altivo

Mas na alma, um nativo,

Senso de abstração.

Faz a dor, agente ativo,

Agir forte, em coletivo,

Com a dura solidão.

Ando mais e já passivo

Não encontro incentivo

Que me dê uma razão

Embora seja inquisitivo

Abstraio, negativo,

A presença da paixão.

Sentimento imperativo

Não aceita alternativo

Exige grande devoção.

O amor, ainda vivo,

Poderoso lenitivo

Pode ser a salvação.

Entrego-me redivivo

A esse poder curativo

Que fulmina a ilusão.

Só requer ser criativo

Não negar o sensitivo

E entregar o coração.