Ontem olhei em seus olhos
meu amor
e eles me disseram tanto
com essa sua expressão
tão única e verdadeira
e naquele instante singular
somente nosso
nossas mãos imantaram-se
num prender-se eterno
sem palavras
criou-se aquele elo etéreo
verdadeiro, único
transpirando-se nossos poros
Ontem olhei em seus olhos
meu amor
e percebi com tanta clareza
e com ternura embutida
a sua pureza
você e tão verdadeiro
em seus gestos
e entrega-se para mim
absoluto e pleno
sem marcas ou mentiras
(falamos tanto em nossos silêncios
recheados de pensamentos
e isso acontece há tanto tempo!)
Ontem olhei em seus olhos
meu amor
e confessei esse sentimento
tão enraizado dentro de mim
nua em seus braços (e tão sua!)
suas mãos másculas e bonitas
fortes e dirigentes
ansiosas e permanentes
Ontem olhei em seus olhos
meu amor
e transbordei-me em verdades
E assim não tem sido toda vida?
você o porto eterno de meus sonhos?
(Sou sua, você sabe e sabe tão bem!)
Ontem olhei em seus olhos
meu amor
e vi-me refletida em suas íris
acariciei seu rosto, seus cabelos
puxei seu peito bem de encontro ao meu
(E ficamos ali em silêncio
eternizando esse sentimento)
Ah! esses seus olhos, meu amor!
Dizem-me tanto!