oração
Senhor, ó meu Jesus,
Luz da minha esperança,
Que não cansa, que me seduz,
Que me conduz na aliança,
Na mansa paz, avança e reduz
Todas inquietudes que me assolam.
Tu, Senhor, na minha aflição,
Eu em oração no templo ajoelhado,
Nós dois, e as paredes, e o telhado,
E eu banhado de lágrimas e suplícios
Numa expectação de vazio e de indícios
De desconfiança, até pensei no abandono.
Do Trono, das Alturas, onde a oração alcança,
Em ânsia de desprezo e solidão
De um clamor inexplicável, como criança,
Na confiança de uma resposta ao coração,
Buscando refúgio em alguém de confiança,
Como fazia o patriarca Abraão.
Achei no livro dos livros, como um cordeiro,
Meu corpo inteiro, ouviu contrito Tua vós Santa
Que me quebranta, e que penetra, e que separa
A alma do Espírito e escancara
Inconfundível melodia doce que me encanta.
“como eu te amo, ó noiva minha, disseste:
Minha noivinha, doce e melancólica,
Heroica na fé jamais visto.
Ó que saudades de ti tenho, Eu, Teu Cristo
Quão formosa e aprazível és, ó minha amada,
Por que ficas assim desesperada?
EU te conforto, te ajudo, estou contigo...
O teu amor de perfume e delícias, como lírios,
São delírios de saudades...
Tuas verdades faladas na oração,
que movem meu coração,
Como canção melodiosa, e harmônica,
Como a sinfônica canção de um coral.
Todo mal que te aflige, todos eu tomo,
De ti retiro, como teu noivo de confiança,
Reduzo ao pó, eu aniquilo os teus abrolhos,
És a menina dos meus olhos,
Faço contigo aliança.
Derramo sobre ti meu Santo Óleo
De graça e de amor e proteção,
Ninguém em ti toca, sem minha permissão,
És protegida, e revestida da Santa Graça,
Toda desgraça que te afligiram, não mais te afligirão.
Eu sou teu Deus, sou teu Senhor, minha escolhida,
Te dei a Vida num calvário de martírio,
Foi por delírio de amor que te Chamei,
Me aproximei, e te amei, e te beijei
És minha agora, não vejo a hora do arauto dar seu grito,
E teus conflitos se findarão eternamente,
E então nós dois, após as núpcias realizada
E coroada de beleza e esplendor,
Serás rainha, serás só minha, ó meu amor”.