Um besouro sem virtudes
Abro as minhas asas como um besouro sem virtudes,
De voo raso e contundente;
Tu sabes quando dói-me voar,
Dói o peso da carapaça,
a proteção da armadura do ser humano,
-A sua textura-
Aquela a que me refiro
nas noites de tuas mãos a me encontrar - e deter-
na tentativa comovente do suicídio em meio a neurose;
Cai o pano com a brandura dessa dor,
Corroída pelo tempo ,
e vai destruindo os afrescos,
feitos de afetos pintados com liberdade em dias de chuva,
O alfabeto de uma outra realidade em que voo quieto e tranquilo
pinçando uma letra e mais outra...
(e algumas vezes até canto para você, como um grilo)
Across The Universe
https://www.youtube.com/watch?v=-XTzOxYLARk