PROCURA

 

Faz tempo, tanto tempo,

Que procuro por ti.

Certa vez, faz tanto tempo,

Numa noite negra, lua ausente,

As estrelas mais vivas, mais brilhantes,

Achei que te escondias de mim,

Por detrás daquela que mais reluzia.

 

Noutro vez, olhando o monte alto,

Lá longe, quase fim do horizonte,

Pintado pela vermelhidão do fim do dia,

Tive certeza que te escondias por lá,

Desdenhando minha sina de te procurar.

 

Procurei por ti pelo céu inteiro,

Nos dias límpidas de sol feito rei,

Demorando-me até o luar reinar,

Dependurado nas asas dos poemas,

Que compunha para te atrair.

 

Quase desiludido te busquei nos guetos,

Nas ruas vazias de cor, de flor, de poesia,

Nas noites embriagadas de vazio e frio,

Até nos outonos desfolhados e tristes,

Estive buscando por ti, sempre em vão.

 

Se ainda não te achei,

Não me permito desistir

A ilusão me guia pelas esquinas todas,

A esperança ilumina as ruas mais escuras,

E assim vou procurando por ti, sempre.

 

Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 04/11/2021
Reeditado em 04/11/2021
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