Adormecer
Tarde cinza se transforma em noite densa
Erupção morna que cai do céu em forma de chuva
Trovões que estrondam e ecoam regendo o ritmo da minha insônia
Adormecer enevoado, nuvens esfumaçadas, olhos embaçados.
Herança de horas mal dormidas
Acúmulo de cansaço latente
Seu timbre me conduzindo lentamente
A soltar a mão de pensamentos que impedem meu descanso
Sopro morno ao pé do ouvido
Gemido emitido com sofreguidão
No calor de seus braços me imagino
Embebida em desejo, saudade e paixão
Quão fácil e real é tocar-te em meus sonhos
Recordar seu toque gravado em minha alma
Que de contentamento sorri, apaixonada
Contando os segundos para, novamente, olhar em seus olhos
Em sua boca minha vontade de desmancha
Ambrosia, néctar do pecado
Sorvendo desesperadamente teu gosto tão aguardado
Despertar manso, de sonhos doces e apimentados.