Sentença

Sejamos francos, estamos condenados à dor da ausência.

Vamos preenchendo o vazio com algum tipo de piada que nos faça rir dessa miséria, mas não realidade é que vamos sangrar o resto dos dias, o resto da vida e prendendo o sangue no sorriso frio da rotina

Sejamos francos, ao longo do tempo a indiferença já não faz sentido algum.

Ainda está cedo para afirmar que a canalhice em dissimular como forma de demonstrar alguma forma de poder e violência, já cedeu espaço ao desespero da consciência do inexorável fim das coisas?

A gente vai morrer. E vai morrer sabendo que a vida só queria um sopro de coragem. Ainda que fosse na última expiração que antecede a suprema fraqueza

Eu não tenho nome. Eu sou o condenado e a condenação.

Eu não tenho casa, meu lar é o vazio, a imensidão.

Eu quero te pedir desculpas mas, sejamos francos: ninguém mais precisa de perdão.

Trebe de Maria
Enviado por Trebe de Maria em 03/11/2021
Código do texto: T7377352
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