Caminhar entre raízes
Havia uma flor no jardim
Que não sabia pra quem olhar
Se olhava pro sol
Ou se queria o mar
Se abria a janela
Ou se fechava em capela
Era o jardim
das acácias da vida
Que faz ferida quando olha pro sol
sem olhar a lua
Que olha pro mar
sem achar a rua
Que olha pra estrada
sem ter onde passar
Que não teme amar
Mas tem medo do olhar
Então vamos resistir e viver em paz,
e entender que a luz que fere
comunga ao luar
Que o sol que ama
também pode queimar
Que a lua linda
é nosso padecer
E o nosso temperar
O padecer pode estar nas raízes
Que solitudem o extremo querer
Estar arraigado ao chão
E não perdem por se mover!
Então o andar pode estar
arraigado à luz
E à imensidão
Às sementes da vida
e à flora do chão
Ao viver despedida
e as mãos com ferida
Vão sofrer transformação