Último Grão

Sorriu meus olhos de chuva.

Inclinei exausto na terra,

Colhi grãos de versos

Tão sois e profundos na serra

Procurei o calor

Da noite, o pressago

No ovário da terra

A nódoa denegrida no lago.

O mundo dorme quedo

Acorda o universo

Com nova fantasia

Tão casto e brando medo

Novas cruzes nascem

silenciosas em um azul

De falsa primavera

Cavei mais fundo

A semente da vida

E chorei profundo.

demetrioluzartes
Enviado por demetrioluzartes em 02/11/2021
Reeditado em 27/12/2021
Código do texto: T7377013
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