Último Grão
Sorriu meus olhos de chuva.
Inclinei exausto na terra,
Colhi grãos de versos
Tão sois e profundos na serra
Procurei o calor
Da noite, o pressago
No ovário da terra
A nódoa denegrida no lago.
O mundo dorme quedo
Acorda o universo
Com nova fantasia
Tão casto e brando medo
Novas cruzes nascem
silenciosas em um azul
De falsa primavera
Cavei mais fundo
A semente da vida
E chorei profundo.