Convite da Patativa-chorona ou o canto da Cigarrinha
Ouça o trinado em sinfonia harmoniosa
Que do Nordeste ainda escapa e ecoa...
Sem o endereço de um peito segue à toa
A Patativa que ora canta, tão chorosa.
Mas o seu canto não é só de sofrimento
É por amor que às vezes pia sua saudade
E o reverbera sem pecado e sem maldade
Embora pareça ser um choro de lamento.
É que essa ave tão singela e tão canora
Sempre convida seu "Chorão" para bailar
E escolhe as notas musicais para cantar
Pra ver se dele o interesse ainda aflora.
E sobre o banhado pousa leve nos capins
De lá dispara o seu convite em melodias
Como a dizer que já o espera em poesias
Para valsarem como alados querubins...
O som tão doce é a cantoria mais fogosa
Para encantar o seu parceiro escolhido
E avisá-lo que o novo ninho está tecido
E a "Cigarrinha" o aguardando carinhosa.
Já está na hora de voltar ao velho brejo...
E vir cuidar do coração que tanto o ama.
Ao ressoar da uníssona nota que conclama
A natureza vai reacender o nosso desejo.
Adriribeiro/@adri.poesias