HARMONIA
Seus seios são como a lira
No roçar d’uma leve aragem
Minha mão pede passagem
Na harmonia que me inspira.
A solidão pesarosa se retira
Esconde-se pela folhagem
Para modificar a paisagem
De lama para ouro e safira.
Seu carinho é tão suave
Que sopra leve com vida
Como gorjeio d’uma ave
Na sua alegria destemida.
Na cama serena e florida
Você me dá uma chave
Abro uma porta proibida
Entro livre d’algum entrave.
Da série: RASCUNHOS POÉTICOS