Ode à minha Amada
Ó minha Amada tão bela e desconhecida,
Quão formoso e delicioso teu corpo deve ser!
Te oferto, meu amor, de bom grado à minha vida,
Para que em teu corpo o meu sol viva a nascer.
Tua pele assim_ tão fresca e mais perfumada
Do que todas as manhãs floridas e luminosas;
A tua carne, sob a lua, é misteriosa e dourada,
Teu macio ventre é um divino botão de rosas.
Da minha fiel e profética boca de amante
Lacrimejará o Teu diário alimento preferido
Abrasarei esse Teu faiscante Corpo despido:
Toda nua, cintilante e tão exuberante!
No frenesi das horas tua boca irei beijar:
Teus lábios fogosos, queimantes e viçosos;
E depois ungir teus lindos seios capitosos,
Ah Céus! Embeber o teu corpo com meu néctar.
Quero o teu beijo puro, teus lábios estonteantes;
Pecado que abre o céu às nossas almas doloridas
Nossa! Como é bom pecar com as bocas confundidas!
Pecar com pureza num carnal desejo palpitante.
Perder-me em teus negros cabelos esparsos,
Afundar-me em teus vastos vales e montanhas;
E depois me encontrar em teus olhos garços,
E sentir e colher teu êxtase de tuas entranhas!
Ó minha amada, como és bela e tão apetecida!
Quão formoso, meu amor, é teu corpo glorioso!
Te oferto, minha divina Orquídea, à minha vida,
Pois Tu és o meu santuário sagrado e radioso!
(Acaraú, outubro de 2021)