Te digo

Te digo entre olhares o quanto tenho gostado de ti

Te digo em sorrisos

Em carinhos mistos de um silêncio profundo.

Te digo entre um copo e outro quando fito tua boca

E quando não consigo só fitar e te beijo

Te digo quando te abraço, quando te aperto, quando te mordo

Te digo sempre, até mesmo quando não te vejo.

Te digo mil coisas enquanto digo, na verdade, outras

Te falo de Drummond, Leminski, Jabor

Entre mil assuntos

Te falaria também sobre amor

Escreveria um poema sobre a gente junto.

Mas não corre, viu?

Não pense que eu tenho pressa

E nem te apresses de chegar

Como diria Cazuza, quero amor com gosto de fruta mordida

Ou de batida de maracujá.

Te recitaria esse poema

Sem jamais confessar que foi escrito pra você

Te digo tudo

Mas te digo mudo

Digo mesmo sem dizer.

Uma anônima
Enviado por Uma anônima em 18/10/2021
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