Te digo
Te digo entre olhares o quanto tenho gostado de ti
Te digo em sorrisos
Em carinhos mistos de um silêncio profundo.
Te digo entre um copo e outro quando fito tua boca
E quando não consigo só fitar e te beijo
Te digo quando te abraço, quando te aperto, quando te mordo
Te digo sempre, até mesmo quando não te vejo.
Te digo mil coisas enquanto digo, na verdade, outras
Te falo de Drummond, Leminski, Jabor
Entre mil assuntos
Te falaria também sobre amor
Escreveria um poema sobre a gente junto.
Mas não corre, viu?
Não pense que eu tenho pressa
E nem te apresses de chegar
Como diria Cazuza, quero amor com gosto de fruta mordida
Ou de batida de maracujá.
Te recitaria esse poema
Sem jamais confessar que foi escrito pra você
Te digo tudo
Mas te digo mudo
Digo mesmo sem dizer.