Doce deleite
Seu ósculo amanteigado
Anuvia meu juízo
E não vejo claro.
De me-ninar
É um poeta menino
Obscurecido.
Amanheceu de noite
Anoiteceu dormindo
Me-nino, me ninou.
Eu menino
Eu me nino
Eu dormindo.
Amanteigou meus sonhos
Seu beijo baixinho
Sob o cobertor de linho.
E brincamos de fazer
Me-nino!
De manteiga.
De beijinho.
De sonhar alto, acordado.
Meio dormindo.
Eu sonho que me nino
Você me nina
Adormeço sorrindo.
Vem me ninar
Meu poeta, meu menino
Passa manteiga em meus sonhos.
De doce deleite
De-leite!
Meu sonho é clandestino.