Já não sei dizer se sinto saudades...
Deito ao teu lado; levanto com teu chamar
E quando ouço o vento cortejando árvores
Sei que estás a sussurar em meus ouvidos.
Já nem sei se te sinto ou te toco, dia a dia
Porque existo em confusa alegria...
Vives em mim; existes em mim
E diante de teu sorriso suave
Entendo que meu coração também pode sorrir.
Não me perguntes porque vivo em silêncio
As palavras são ingênuas; nada importam
Pois quando abraço teu corpo
Todo tempo e toda vida falam por mim.
Já nem contemplo mais a natureza
As estrelas são teus olhos
Tu te pareces ao sol
E quando o céu se tinge no raiar do dia
Nascemos, devassos e puros como crianças.
* Poema escrito em 1981.
Crédito da imagem: https://www.youtube.com/channel/UCoZQ0xcAjwwXh1ipHPukwkA