O Jardim Do Anjo Caído

Do céu eu vi um jardim,

e a mais bela rosa havia lá.

E aqui de cima tudo era distante,

Mas minhas asas

Não me deixavam descer...

Contemplando fiquei

A espera de uma

outra era.

Eu sei que a solidão,

é apenas outro dia

de qualquer estação.

Mar da revolta,

Céu de relâmpagos.

batalham sob escombros,

da minha saudade.

Tão logo a tempestade

e o medo aumenta.

Mas há serenidade

no fim da tormenta.

Quero ser-te sol e lua,

Mar, terra e vento.

Por um momento,

o ser humano,

o bicho humano.

Ser insaciável,

Deus nos acuda

do deus humano.

E peça ao bom pai,

para sermos humanos.

Não vais anjo meu,

Quem te deixou assim?

"Todo caminho é ilusão,

que nunca chega ao fim."

Toda semente dá-se flor,

Mas eu já estou cansado.

Toda papoula que nasce

é sempre só enfado.

Os anjos fecharam

a porta do jardim,

Não mais passará

nem serpente ou querubim.

E em toda criação,

ouve-se um lamento.

Entre os cardos e abrolhos,

Os nardos e narcisos

Ninguém poderá resistir

Ao amor que há de vir.

A luz da tua beleza

invade minhas retinas,

São minhas veias

Contundidas.

Só ouço o soar do martelo,

quebrando algemas.

Mas o olhar que se frusta

pois não poderá alcançar

nem por força ou por luta.

E de todo,

a destreza do teu rosto.

De um momento,

para o outro.

Transpassará metanoia incontível,

até desanuviar a presença irresistível.

E agora me pergunto,

se o amor poderá se entregar.

À rutura do caráter,

e o velho e o cansado

de olhar fustigado.

E outrora o que era belo,

quando o teu coração

ainda era singelo.

Oh, estrela secular:

"O tempo é paradoxo"

A natureza se prosta

Porque és mãe bela

(em amor de aquarela.)

E Maria proverá teu rebento,

e não subsistirá o retrato singular

como pois, a unidade do pensamento?