MINHA FLORZINHA
Procurei uma flor tão bela,
tão bela como ela na janela;
o que achei foi uma miudinha,
como a chamo, minha florzinha...
Às vezes procuro uma bijouteria,
um livro que tenha um bom enredo;
copio, para ela, uma bela poesia,
a leio, como se contasse um segredo...
Conto a ela passagens do meu caminho,
ela me conta sobre certos arrepios;
exploramos os benefícios do vinho,
nós dois adoramos a quentura do frio...
Nunca mostramos a nudez da alma,
menos ainda o espectro da psiquê...
Seria como conversar com calma
sobre o que nunca se vê...
Nós dois procuramos um jeito
de fundir nossos sonhos num só...
Como dois laços, em cada peito,
com os corações dar um nó...
Pouco me importa o clarão
da lucidez que nos alucina;
quero viver com ela a paixão
que me toma, me domina...