LOBOS

Vendar os olhos

Privar a luz

Dar o brilho...

Do tato, dos beijos

Da boca seca

À língua molhada

Sedenta!

Roçam-se os corpos

De repente

Rompeu-se o estopim

Que segurava a libido

Que maneirava o tesão

Saliva nos picos

Movimento das mandíbulas

Lábios, língua e molares

A trilogia perfeita

O ofício no busto

Uma súplica ao ouvido

Uma ação por vir

Um querer convulsivo

Massagens no abdômen

Por fora e por dentro

Ir e vir... Sob e sobre ti

Parecemos um minotauro

De aparência estranha

Dou força ao teu movimento

Teu quadril busca-me

A cada recuo sinto-o mais faminto

Loba faminta devora-me

Lobo faminto devoro-te

Somos recíprocos cordeiros um d’outro

Voluntariamente postos à mesa.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 13/11/2007
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