LOBOS
Vendar os olhos
Privar a luz
Dar o brilho...
Do tato, dos beijos
Da boca seca
À língua molhada
Sedenta!
Roçam-se os corpos
De repente
Rompeu-se o estopim
Que segurava a libido
Que maneirava o tesão
Saliva nos picos
Movimento das mandíbulas
Lábios, língua e molares
A trilogia perfeita
O ofício no busto
Uma súplica ao ouvido
Uma ação por vir
Um querer convulsivo
Massagens no abdômen
Por fora e por dentro
Ir e vir... Sob e sobre ti
Parecemos um minotauro
De aparência estranha
Dou força ao teu movimento
Teu quadril busca-me
A cada recuo sinto-o mais faminto
Loba faminta devora-me
Lobo faminto devoro-te
Somos recíprocos cordeiros um d’outro
Voluntariamente postos à mesa.