O VAI-E-VEM DO AMOR
Não sei onde foi que eu li
que o amor do nada aparece;
acho que foi num gibi,
ou numa revista, num teste...
Dizem que muda o sujeito comum,
quase vira um super-herói;
na emoção dá um boom,
quase nada, depois, dói...
O menino vira homem,
a menina vira mulher;
ele usa o garfo, pra fome,
ela usa, faminta, a colher...
Mas é preciso uma cartilha
que ensine a separar amor e ódio;
um leva a por fogo na pilha,
o outro leva direto ao pódio...
Amor de criança é diferente,
não conhece os meandros adultos;
nessa idade é um amor que sente
a vida sem labirintos ocultos...
Como vem, também logo vai,
quem experimentou sabe disso;
é um origami, um hai-kai,
construído com muito juízo...