Nem tudo que se abre é porta

Dilacerado. Amordaçado pela ausência que minha boca cala.

Hoje sou puro silêncio. Sou a falta de sono e de sonhos, a pedra angular de minha ruína.

Sou aquilo que tudo cala e que tudo sente.

Sou maré baixa, e sou a caixa que me trás surpresa. E também sou represa, e me jorro mar a dentro.

Sou a falta que sinto de mim mesmo.

Sou qualquer coisa de de fragmento,um grão perdido no vento.

E aqui me deixo rente a tudo que me jugo ser, esperando o momento que me trará de volta, ao mesmo lugar que esqueci, que nem tudo que se abre, é porta.

JDSantos.

AmorPoesia
Enviado por AmorPoesia em 26/09/2021
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