Nem tudo que se abre é porta
Dilacerado. Amordaçado pela ausência que minha boca cala.
Hoje sou puro silêncio. Sou a falta de sono e de sonhos, a pedra angular de minha ruína.
Sou aquilo que tudo cala e que tudo sente.
Sou maré baixa, e sou a caixa que me trás surpresa. E também sou represa, e me jorro mar a dentro.
Sou a falta que sinto de mim mesmo.
Sou qualquer coisa de de fragmento,um grão perdido no vento.
E aqui me deixo rente a tudo que me jugo ser, esperando o momento que me trará de volta, ao mesmo lugar que esqueci, que nem tudo que se abre, é porta.
JDSantos.