AMOR E PAIXÃO

(Sócrates Di Lima)

Não se apaixone,

De qualquer jeito,

Não deixe que o peito acione,

o botão do para-peito.

Não deixe que o seu coração crie,

Uma fantasia em fim,

Não deixe que sua alma confie,

Num coração ruim!

Quando abrir as sua janela,

e deixar alvoraçar suas cortinas,

Fique sempre de sentilela,

A dobrar suas próximas esquinas.

Não entregue sua alma sem ter certeza,

De que a outra alma assim o quer,

Na vida há sempre sua incerteza,

Quando se toma uma alma qualquer.

Esteja sempre na retaguarda,

Um pé atrás sempre será preciso,

Deixe sempre seu coração de guarda,

Para não sofrer por conta disso.

A paixão é sempre lasciva,

É a carne que fala muito mais alto,

As entranhas ficam ativas,

O que vale é o prazer do impacto.

O amor não é assim...

É uma viagem pelas trilhas da alma,

Um bem querer do começo ao fim,

Uma viagem perene, de paz e calma!

Mas quando vier a tempestade,

O maremoto e o terremoto dos desencantos,

A paixão termina, na pura vaidade,

Mas se é amor resiste, é forte em todos os cantos.

Paixão é prazer, é gozo é loucura,

O amor é calafrio na alma quando espera,

O amor é a mais experimental doçura,

A paixão é animal, é fera!

Mas quando a paixao e o amor se juntam,

Os corpos e a alma estremecem,

Os coração em êxtase pactuam,

Porque na vida quando se ama, os pares se merecem!

Mas fora isto, segue a vida de cada um,

Nos encontros e desencotros das emoções,

A paixão não deixa amor algum,

Mas o amor, traz a paixão para suas razões!