Amor Pensado
Penso, logo amo.
Ou amo, logo penso.
Ou não logo, não penso, só amo.
Tanto não penso que pensei viver é não pensar, é amar.
Mas amar não começa no pensar?, pensei.
Oh tola incerteza.
O meu coração fica dentro da cabeça.
Só pode.
Assim sei porque cada vez que penso nela ele bate tum tum.
Acelerado tum tum tum tum quando ela está perto.
Irregular tuuuuuuum tut um se ela se vai.
Desnorteado tum paralalalá chibum se me sorri.
Meu coração se aperta todo diante dela
Repuxa minha face até parecer um sorriso bobo.
Quisera eu acreditar no amor como algo inventado na idade média, moderna ou antiga.
Que algum filósofo ou escritor pensou e puf! criou o amor.
Fácil assim.
Sem paranóia.
Talvez se acreditasse nisso também acreditaria que posso dizer o que eu quiser que o amor é e puf! acreditariam em mim.
Eu diria que o amor está dentro do coração.
Mas que o coração está dentro da cabeça.
Pois amamos aquilo que vemos, já que os olhos estão na cabeça.
E meus olhos derramam lágrimas quando meu coração chora.
E amamos o que ouvimos, porque os ouvidos estão na cabeça.
Por isso não ouço a ninguém quando meu coração ensurdece.
Também amamos aquilo que degustamos, pois a boca está na cabeça.
Assim quando a beijo meu coração fica pertinho do dela
Tão pertos que nem parecem dois, mas um só.
Enfim, diria que amamos
Ou pensamos que amamos
Simplesmente
Porque o coração está dentro da cabeça.
E lá no fundo um pergunta
E aquilo que fica no meio do peito, o que é?
Sei lá, acho que se chama cérebro.