Homemzinho carinhoso

Homenzinho carinhoso

Cheio de manhas e manias

Por vezes se diz pequeno

Um absurdo, pois vos lhe digo

De pequeno não tem nada

O coração muita vez se faz casa

Que por ventura mora Cecília,

A família, e até pérola... A Gata

Ele também se faz mar

De tanto amar

O qual me banho e em meu barquinho

Navego sem para trás olhar

Com tudo que existe em mim

Mergulho sem traje de banho

Nele há tudo que preciso

Sem limites, sem fim

Flores na cabeça, pétalas o coração

Certamente é o que Linniker

E os Caramelows diriam

Pois não existe homem

Mais cheiroso nesse sertão

Mas veja lá

Se o vir na rua e ele te olhar

Saiba que verá nos olhinhos redondos

A mais descarada sinceridade

Logo pois não vá te espantar

Ele é o sol

Constituído fortemente

Por veneno, fogo e cores quentes

Mas facilmente sabotado

Por cores claras (como a minha )

Mas é também um grande bobão

A gente sabe só pela risada

É tão gostosa que fico até sem graça

E eu juro, juro mesmo

Eu nem mesmo queria rimar

Só queria dizer que o amo, sem demora

Mas ele nem mesmo está comigo

E a poesia me devora

Ele

Que é homenzinho carinhoso

Se faz imenso no peito de quem entende

Que ele é como poesia de Drummond encarnada

No corpo de um menino sorridente