QUASE AO ROMPER DA AURORA

Quase ao romper da aurora

perdi o sono, levantei

lavando a cara na gamela

ascendi o fogo de chão

preparei meu chimarrão

na madrugada tão bela

apesar da terça chuvosa

assando mandioca gostosa

enterrada no borraio quente

e uma linguiça no espeto

eu pito meu pito preto

e vou puxando da mente

a inspiração da poesia

tarefa de todo o dia

para espantar a solidão

solito e sem namorada

sem sono na madrugada

é nas borbulhas do chimarrão

que eu afogo minha mágoa

a chaleira que esquenta a água

é certo que um dia me caso

em Deus tenho confiança

ainda resta um fio de esperança

pra ser feliz não tem prazo!

escrito as 05:26 hrs., de 14/09/2021 por

NELSON RICARDO
Enviado por NELSON RICARDO em 14/09/2021
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