SUPLÍCIO DE UMA ALMA
Suplício de um’alma lúgubre e ferida,
Em velados desejos, vejo-te em oração,
Fartos são os momentos que distraída,
Vês-me exorando o teu arguto coração.
Se tanto aspiro a este tão suntuoso afeto,
Não mais quero ser inquilino da aflição,
Festival de minh’alma em total desafeto,
Peço: não me tenhas por compaixão!
Tantas foram as vezes em que implorei,
Um amor inexorável, soma de emoção,
Tua infame recusa foi a ira que abracei.
Estou-me consumindo de tanta exaustão,
Dos teus caprichos, sempre me enganei,
Mulher fatal! Lancinante anjo da ilusão!
Riva. 033