NO SOLO ÁRIDO DO MEU CORAÇÃO

Meus pés fincados no barro do brejo
Eu, plantando arroz e lágrimas
     Enxugando a minha testa
     No lençol alvo da tarde.
 
Café forte coado nas nuvens
Goela sedenta de descanso
A palavra incerta me engasga.
 
Menina, agora me traga a sua mão
Estique os seus dedos bailarinos
Que troquei o canivete por um anel.
 
Não tenho contados os meus dias
Nem sábados, domingos ou feriados
Há apenas um tempo em meus olhos.
 
Meu desejo é de homem enfeitiçado
Braços morenos sob um sol felino
     E a longa espera por um afago.
 
Menina, agora me traga a sua boca
Que um beijo acaba de germinar
     No solo árido do meu coração.

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Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 12/09/2021
Código do texto: T7340748
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