Amor e Medo
Oh. Minha aurora! Oh, minha Flor Cândida!
Cometi engano! Não é de gelo o meu coração!
Você é e sempre foi a única razão
Que me faz aceitar esta fúnebre vida.
Se eu me desvio e fujo de sua presença
É porque te amo loucamente.
Um amor que germina em chamas ardentes.
Mas sua candura é tão imensa
Que só de pensar em me contemplar
Com a inocência que seus lábios encerram
Sou invadido por um pavor maior que uma onda do mar.
Sendo que quando assombrosas tempestades cortam a TERRA
Iluminando o véu da noite triste e escura
Com raios de cintilantes fulguras
E impiedosos ventos que arrancam telhados
Apenas adormeço sossegado.
Por isso você não pode dizer
Que não te amo, pois temos apenas medo
De tocar você.
E prefiro guardar meus tormentos em segredos.
Pois, sou moço lascivo, infame e impuro.
E tu madalena delicada.
E em clara e estreladas madrugadas
Choro sem parar trancado num quarto escuro.